Mounjaro e pedras na vesícula

Existem evidências científicas que sugerem um risco aumentado de colelitíase (pedras na vesícula biliar) com o uso da tirzepatida. Vários estudos e meta-análises têm apontado para essa associação.

Nos ensaios clínicos controlados por placebo do Mounjaro (tirzepatida), a doença aguda da vesícula biliar (incluindo colelitíase, cólica biliar e colecistectomia) foi relatada por 0,6% dos pacientes tratados com tirzepatida e 0% dos pacientes tratados com placebo. Embora a porcentagem seja pequena, a diferença em relação ao placebo é notável.

Evidências científicas

As meta-análises recentes consolidam essa observação:

  • Uma meta-análise demonstrou que a tirzepatida foi associada a um risco aumentado de doenças da vesícula biliar/biliares (RR = 1,52) e colelitíase (RR = 1,67).
  • Outra meta-análise, envolvendo 4 ensaios clínicos com mais de 4000 pacientes, encontrou que a tirzepatida dobrou as chances de desenvolver uma doença relacionada à vesícula biliar em comparação com o grupo controle (OR = 2,03).

Embora o mecanismo exato não seja totalmente compreendido, acredita-se que o efeito de retardo do esvaziamento gástrico da tirzepatida (e de outros agonistas do receptor de GLP-1) possa influenciar a função da vesícula biliar e a composição da bile, aumentando o risco de formação de cálculos.

Fatores de risco e sintomas

Atualmente, sabemos que a perda de peso rápida, independentemente do método, é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento de colelitíase. Como a tirzepatida é eficaz na perda de peso, parte do risco pode estar relacionada a esse efeito.

Os sintomas de problemas na vesícula biliar incluem:

Dor na parte superior do abdômen, que pode irradiar para as costas.
Febre.
Icterícia (amarelamento da pele ou olhos).
Fezes claras.

Conclusão

Em resumo, a tirzepatida aumenta o risco de colelitíase. Embora a incidência geral possa ser baixa, os pacientes devem estar cientes desse possível efeito adverso, especialmente aqueles com histórico de problemas na vesícula biliar.

O monitoramento e a avaliação clínica apropriados são indicados em caso de suspeita.