PR 07.23 Procedimento NUTRIÇÃO ENTERAL

5.1. Indicações gerais de nutrição enteral:

5.1.Paciente sem condições de se alimentar por via oral:

  • alterações neurológicas: uso de sedativos, rebaixamento do nível de consciência em investigação ou já definida;
  • pacientes sob ventilação mecânica;
  • disfágicos, tanto disfagia mecânica (por exemplo: tumores do trato gastrointestinal alto) quanto neurológica;

5.1.2. Pacientes que não atingem necessidades calóricas apenas com alimentação via oral e/ou suplementação:

  • Má absorção ou disfunção do trato gastrointestinal (dismotilidade, doença inflamatória intestinal, pancreatites graves);
  • Anorexia secundária com ingestão oral menor de 60% da meta calórica por mais de 3 dias consecutivos;

5.1.3. Pacientes com alto catabolismo: fibrose cística, queimaduras, fístulas (a depender da localização);

5.1.4. Distúrbios psiquiátricos como depressão grave e anorexia nervosa.

5.2. Indicações de passagem de sonda em posição pós-pilórica – via endoscopia digestiva alta (EDA)

5.2.1.     Contra indicação de via gástrica devido a:

  •  Gastroparesia;
  •  Doença do TGI alto;
  •  Risco de aspiração: refuxo gastro gástrico ou redução do esvaziamento gástrico;
  •  Fístula do TGI alto;
  •  Pancreatite aguda sem tolerância a administração pela via gástrica.

5.3. Indicações de passagem de sonda de 3 vias:

  •   Alto resíduo gástrico persistente, impossibilitando oferta adequada de nutrientes via enteral;
  •   Gastroparesia refratária a medidas clínicas.

5.4. Contra-indicações de passagem de SNE:

  •   Agitação psicomotora;
  •   Coagulopatia grave;
  •   Trauma facial com fraturas;
  •   Obstrução nasal e/ou esofágica grave;
  •   Câncer esôfago;
  •   Recusa do paciente.

5.5. Considerações gerais

A administração de dieta enteral pode ser de forma contínua ou intermitente. A administração contínua é recomendada para pacientes hospitalizados, pois a infusão de pequenos volumes da dieta está associada à redução de distensão gástrica, refluxo gastroesofágico, ocorrência de aspiração e diarreia além de oferecer profilaxia adicional para úlcera péptica.

O uso de bombas infusoras para TNE é recomendado para melhor controle da administração do volume dietético, prevenção da broncoaspiração e controle da diarreia. É especialmente indicada para sondas em posição jejunal.

5.6. Progressão de dieta enteral

5.6.1.Na ausência de nutróloga no momento do início da nutrição enteral, iniciar dieta enteral normocalórica e normoproteica sem fibras a 20ml/h;

5.6.2.A modificação da dieta deve ser feita em período de 24 – 48h, quando houver indicação;

5.6.3.Progressão de dieta de 10 – 20 ml/h por dia com objetivo de atingir meta calórica e proteica em 48 – 72h

5.7. Desmame de dieta enteral

7.1.     Após aceitação de dieta oral maior que 70% da necessidade energética;

7.2.     Avaliar necessidade de associar suplemento oral após retirada de SNE.