5.1. Indicações gerais de nutrição enteral:
5.1.Paciente sem condições de se alimentar por via oral:
- alterações neurológicas: uso de sedativos, rebaixamento do nível de consciência em investigação ou já definida;
- pacientes sob ventilação mecânica;
- disfágicos, tanto disfagia mecânica (por exemplo: tumores do trato gastrointestinal alto) quanto neurológica;
5.1.2. Pacientes que não atingem necessidades calóricas apenas com alimentação via oral e/ou suplementação:
- Má absorção ou disfunção do trato gastrointestinal (dismotilidade, doença inflamatória intestinal, pancreatites graves);
- Anorexia secundária com ingestão oral menor de 60% da meta calórica por mais de 3 dias consecutivos;
5.1.3. Pacientes com alto catabolismo: fibrose cística, queimaduras, fístulas (a depender da localização);
5.1.4. Distúrbios psiquiátricos como depressão grave e anorexia nervosa.
5.2. Indicações de passagem de sonda em posição pós-pilórica – via endoscopia digestiva alta (EDA)
5.2.1. Contra indicação de via gástrica devido a:
- Gastroparesia;
- Doença do TGI alto;
- Risco de aspiração: refuxo gastro gástrico ou redução do esvaziamento gástrico;
- Fístula do TGI alto;
- Pancreatite aguda sem tolerância a administração pela via gástrica.
5.3. Indicações de passagem de sonda de 3 vias:
- Alto resíduo gástrico persistente, impossibilitando oferta adequada de nutrientes via enteral;
- Gastroparesia refratária a medidas clínicas.
5.4. Contra-indicações de passagem de SNE:
- Agitação psicomotora;
- Coagulopatia grave;
- Trauma facial com fraturas;
- Obstrução nasal e/ou esofágica grave;
- Câncer esôfago;
- Recusa do paciente.
5.5. Considerações gerais
A administração de dieta enteral pode ser de forma contínua ou intermitente. A administração contínua é recomendada para pacientes hospitalizados, pois a infusão de pequenos volumes da dieta está associada à redução de distensão gástrica, refluxo gastroesofágico, ocorrência de aspiração e diarreia além de oferecer profilaxia adicional para úlcera péptica.
O uso de bombas infusoras para TNE é recomendado para melhor controle da administração do volume dietético, prevenção da broncoaspiração e controle da diarreia. É especialmente indicada para sondas em posição jejunal.
5.6. Progressão de dieta enteral
5.6.1.Na ausência de nutróloga no momento do início da nutrição enteral, iniciar dieta enteral normocalórica e normoproteica sem fibras a 20ml/h;
5.6.2.A modificação da dieta deve ser feita em período de 24 – 48h, quando houver indicação;
5.6.3.Progressão de dieta de 10 – 20 ml/h por dia com objetivo de atingir meta calórica e proteica em 48 – 72h
5.7. Desmame de dieta enteral
7.1. Após aceitação de dieta oral maior que 70% da necessidade energética;
7.2. Avaliar necessidade de associar suplemento oral após retirada de SNE.